José Miguez Bonino em seu livro intitulado, Rostos Do Protestantismo Latino-Americano, fala sobre quatro rostos do protestantismo na América-Latina: (1a). O Rosto Liberal; (2a). O Rosto Evangélico; (3a). O Rosto Pentecostal e o (4a). “Rosto Étnico”. Mas por fim fica a pergunta: será que são rostos distintos porque se trata de sujeitos diferentes? Ou seriam máscaras de um sujeito único?

O protestantismo na América-latina passou de estrangeiro a étnico em seu livro. O protestantismo é um sinal de contradição irreverente na América-latina. Notemos uma citação de Bonino: “[O Protestantismo é] uma forma do capitalismo norte-americano, elemento conquistador, amigo do capitalista e inimigo do operário, que se propôs, mediante suas escolas, seus templos e seus esportes, a americanização do povo”. Entretanto, podemos notar que as maiorias dos Cristãos são agora pobres. Agora somos amigos dos capitalistas e dos operários.

O protestantismo brasileiro de acordo com a maioria dos Historiadores é formado por três períodos: (1o). Protestantismo de Imigração; (2o). Protestantismo de Missão; (3o). Protestantismo Pentecostal. Gedeon Alencar acrescenta um quarto período: O Protestantismo Gospel. Seguindo o esquema de Alencar acrescento que o protestantismo brasileiro é gospel porque é de assimilação. Nosso período também é marcado por uma igreja institucionalizada em grande crescimento numérico.

A globalização não apresenta nenhuma novidade para a igreja. Primeiro porque ela foi projetada para ser global. Desde a promessa feita a Abraão, de que ele seria uma benção a todas as nações até a visão de João onde todos povos tribos e nações se encontram diante do senhor. Segundo porque a igreja foi a primeira a montar uma rede global (Conselho Mundial de Igrejas). Portanto, sugiro um quinto período no Protestantismo brasileiro: O Protestantismo da Equivocidade. O equívoco da igreja contemporânea é reindivicar para si o nome igreja, e Confundir a instituição com a Eclésia de Cristo.

O Protestantismo Brasileiro, não só o brasileiro, mas no mundo inteiro, é institucional. Essas redes Eclesiásticas, de instituição, evocam para si a tradição como verdadeira forma cristã de viver, promovendo equívocos sobre “verdades bíblicas”, que são na verdade tradição histórica ligada à instituição. Batistas dizem que batizar crianças é errado; Presbiterianos dizem que não. Pentecostais acreditam em um batismo do Espírito Santo, outros, de tradição histórica, acreditam que foi um batismo exclusivo para o primeiro século. Portanto, seguindo Brunner, o equívoco sobre a igreja, é global e institucional, e uma verdadeira cegueira espiritual.

Nem liberal, nem evangélico, nem pentecostal, nem étnico, nem de imigração, nem de missão, nem gospel,nem católico, mas equívoco, oportunista e controverso: Protestantismo Brasileiro, portanto, Latino-Americano. Trata-se de máscaras de um sujeito único: "cristianismo". Que expressam de forma incoerente a verdade do evangelho.

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