O ser-humano faz algumas perguntas sobre a sua origem, sentido e destino, perguntas que ele é incapaz de respondê-las passivamente e sempre constrói sistemas de explicação da realidade, tais como a religião e a filosofia, para obter respostas adequadas ao seu desespero por carência de certezas.
A religião existe com esse sentido, ela deseja responder essas perguntas, é um sistema de explicação da vida, seu sentido e futuro.
No nosso caso (ocidentais), aceitamos o sistema explicatório da religião “cristã”. Por um certo período de tempo foi a religião inquestionável, considerada a melhor religião, mas hoje não. A idéia que após a morte pode haver vida eterna foi simplesmente "superada" por uma cosmovisão secularista que é o pano de fundo de uma "decadência moral" no nosso período histórico, que alguns, ironicamente, chamam de pós-modernidade.
Hoje, O inferno se tornou o lugar legal e o céu se tornou um lugar chato, sem nada para fazer, sem zuação, bebidas, festas, mulheres nuas e etc. No Céu “não tem nada” do que tanto valorizamos na terra (mesmo que esses “valores” não têm valor algum). Toda essa mudança é acompanhada pela abolição do dogma como absoluto senhor de nossas vidas e pensamentos. Nossas certezas foram arrancadas e agora só nos restaram dúvidas, ou seja, a resposta, cristã, tradicionalmente aceita para nossas perguntas tão pertinentes não são mais aceitas.
A igreja, “a dona da verdade”, capaz de decidir o futuro das pessoas, é uma instituição religiosa. Instituições são mecanismos de poder e manipulação. Elas roubam nossa liberdade, pois, elas promovem o medo quando são questionadas.
A igreja foi capaz de sistematizar o futuro das pessoas dando um sentido de vida que seja coerente com sua origem. De fato, o que pensamos sobre o nosso futuro é o que determina o sentido de vivermos e isso está em completa harmonia com o que pensamos sobre nossa origem. Mas esses fundamentos da religião cristã de nossa cultura ocidental estão sendo removidos e abalados pela já citada “pós-modernidade”. O certo é que sabemos que o nosso futuro é incerto. A história caminha para um buraco negro que nós, seres humanos, não somos capazes de discerni-lo, bom ou ruim.
É como a história de Abraão, um homem que foi enviado a uma terra que não conhecia. Ele foi reconhecido como o Pai da fé, Pai de muitas nações. De sua descendência surgiram as três maiores religiões monoteístas do mundo (judaísmo, islamismo e cristianismo). Tudo isso porque Abraão aceitou ser enviado por Deus, através de uma revelação, a um lugar que ainda não conhecia, ele foi desafiado a dar um salto de fé no escuro mundo do futuro, das coisas possíveis, mas ainda não reais. Ele confiou na palavra que Deus lhe deu, mas observe, essa palavra não foi por meio de um sistema de explicação, foi REVELAÇÃO, veio de Deus.
A revelação é uma antítese a religião. A revelação parte de Deus, ela vem do alto, a religião parte do homem tentando encontrar Deus, na revelação é Deus que vem até ao encontro do homem. A revelação dá-nos um sentido de vida que nos leva a conhecer o futuro e não temê-lo.
A revelação de Deus é em plenitude o homem Jesus, O Cristo. Através do conhecimento dessa revelação somos levados a uma mudança de cosmovisão capaz de transformar nossa vida em sua totalidade. A revelação restaura o homem e leva-o de volta a sua origem. Nosso destino é um pulo no escuro, e um salto de fé em direção ao futuro pode mudar nosso presente e dar-nos sentido pra vida.